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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Arte urbana

É bem conhecido o efeito da vida urbana em todos os seres viventes, o cinza no céu e na terra, a aglomeração, a superlotação, o caos enclausurado e pseudo-controlado. Quem vive aqui sabe, e só quem vive sabe de verdade, que aqui definitivamente não é lugar de saci. Saci é bicho do mato, é coisa folclórica, é moleque feliz e livre que não precisa de nada mais que seu cachimbo, shorts e gorro. Não te mais lugar pra saci nessa terra que não é mais do brasileiro e tampouco brasileira. Se já foi um dia faz mais de 500 anos e é difícil dizer que eram brasileiros pois cada um vivia em sua nação e não existia linha imaginária escrita em papel que definia quem estava aonde. Cortando o bolodório, é o seguinte: Não tem mais saci que não seja urbano. Os que conheci que não eram urbanos estavam tentando ser, desejando ser. Todo mundo sabe que não tem pra onde correr senão apelar para a imaginação se quiser fugir da turba que capitaliza o viver.
Daí você pega o busão, paga, senta e o som do motor e das businas de moto fazem seu mantra tradicional, a cabeça desparece num estalo inaudível e os olhos percorrem as ruas sem sentido. A relva não mais se destaca sobre a selva de imagens coloridas, confusas, aglomeradas tão intrigantes quanto a natureza que esta compactada embaixo, o grafite reproduz a nova natureza, o quadro famoso não está mais polido e bem cuidado atrás de uma moldura. Numa dessas eu vi e não esqueci, lá estava o danado! Numa perna só segurando  uma criança.
 “Criança? Onde estão seus pais?"

Ele é o saci urbano! Sacis, mais sacis dos bons! E vi mais grafites desses depois disso e hoje descobri o site do manolo ou dos manolos, vai saber! Parabéns, a você ou vocês.

Que resista a nação saci!

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